sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Observações

Estive observando um casal enamorado, ela mais jovem , ele já quarentão ou mais.
_Você me ama?-indaga ele
_sim, eu te amo.
_quanto você me ama?
_bastante.
_bastante quanto?
-Muito.
_ Muito é bastante?
_ Sim, muito, muito, bastante, bastante. A essa altura ela já estava meio cansada da cena- até porque percebi que ela não o amava bastante e nem muito....
_Ah meu amor, você vai ficar comigo pra sempre?
_ pra sempre!
_ mas e se algum de nós morrer?
_ Quero morrer primeiro que você.- diz ela sorridente(não era para menos,,,)
-Não, meu amor, te proíbo de morrer primeiro, eu morrerei primeiro...
_ esta bem.
_ não, não posso morrer primeiro, o que fará sem mim?
_é verdade, deixe-me morrer primeiro...
_Não, não posso, o que farei da vida sem você?
..................ela apenas respira e nada diz(dizer o que mais???)
_ Meu amor, se me ama tanto, não me deixará só!
_Sim, te amo.
_Mas me ama quanto?
_Bastante.
--Bastante muito?
_sim...
Saí de perto, a partir dali já sabia a próxima cena.
Não sei se é porque já cheguei aos 40 (para não relatar aqui que já passei um pouco deles...), mas acho meio engraçado ver cenas assim, com o tempo aprendemos a amar, sem depender, sem doar os pulmões para o outro respirar, estou realmente numa fase de menos excessos!
Continuo admirando meus cães, mais que aos seres humanos. Esse é o melhor excesso que posso cometer sem parecer ridícula. Com meus cães os diálogos são mais filosóficos, bem humorados e há menos apelos, definitivamente, os seres humanos complicam as cenas da vida

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